Quando o cair do dia vem, temos ainda a sensação que não se fez tudo, que ficou um canto para limpar, que poderíamos dizer mais ou falar menos, que aquela tarefa não ficou como queríamos ou que alguém queria. Na certeza de que amanhã é sempre um novo dia e que poderemos fazer tudo: sermos cumpridores de nosso trabalho, de nossos compromissos, do cotidiano que nos cerca. E assim esqueço: sou carne, sou vida, sou alma; tenho um coração pulsante; tenho raízes consanguíneas, raízes não consanguíneas que  no deslizar das minhas caminhadas entrelacei-me e laços com afeto, com desatinos, com mesquinhez, com imprudência, com perfeição ou quase na imperfeição me perdi. Que pena não ter ter sido mais simples e mais pleno em meu vagar, pois como diz a letra "ter amado mais...", ter compreendido mais, ter aceito mais, ter ouvido mais, ter abraçado mais e com a graça plena do Criador ter olhado para o sol, a lua, os pássaros, os insetos, as estrelas, as crianças, a chuva, o irmão, a terra, a irmã, o amigo, o trovão, a amiga;, a vida, o filho, a vida, a filha, a vida, o marido, a vida, a mulher, a vida, o avô, a vida, a avó e saber: "tudo vale a pena quando a alma não é pequena."